14 de janeiro de 2010

No país desigual a miséria do futebol parece óbvia

O Campeonato Brasileiro da série A encerrou domingo ganhando manchetes de exaltação de todos os tipos. A CBF vai pagar 15 milhões em prêmios aos primeiros colocados.
Quarenta dias antes o Campeonato da Série D foi decidido entre o São Raimundo do Pará e o Macaé, do Rio de Janeiro. Assisti ao primeiro jogo da disputa, realizado em Volta Redonda. Dois fatos chamaram a atenção de quem observa as competições organizadas pela Confederação responsável pela Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
O primeiro deles é que, em todo o Estádio três – sim, eu disse três – policiais cuidavam do jogo assistido por cerca de mil torcedores.
O segundo, aos 30 minutos do segundo tempo, o centro-avante do São Raimundo caiu em campo e arrastou-se para fora. Quando desviei a atenção do jogo e voltei a olhar para ele, preocupado se ele voltaria ou não para o jogo, o departamento médico do Macaé o atendia do lado de fora.
A TV Globo, no Programa Esporte Espetacular, fez uma matéria sobre a competição, mostrando com discrição as dificuldades dos times que disputaram a competição. Viajando muitas vezes com poucos jogadores, os times chegaram ao fim da competição foi uma façanha. Meu irmão, também torcedor do São Raimundo, conta de times que viajaram sem dinheiro para alimentar os jogadores.
Num país onde olhamos as desigualdades com tanta indiferença é fácil compreender que enquanto a CBF gasta rios de dinheiro com a seleção brasileira de futebol e a Série A, deixe à míngua os times que ela própria reuniu para disputar a Série D.

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